DIA MUNDIAL DA VOZ na ESCOLA DOMINGOS SARAIVA



O DIA MUNDIAL DA VOZ foi no dia 16. Todos sabemos como uma boa VOZ faz falta a professores, actores, advogados, políticos, todos os que têm nela um instrumento fundamental para a sua vida profissional. Também sabemos como a agressão de alguns ambientes e a falta de cuidados nos criam problemas frequentes de saúde da garganta e da voz.

O DIA MUNDIAL DA VOZ foi criado justamente para promover os cuidados que devemos ter com a VOZ.

Por sugestão do Professor Fernando Seara e com o apoio do Professor Mário Andrea, esta noite, a partir das 20h45, a Escola Domingos Saraiva no Algueirão comemora a VOZ com um programa bem recheado.

Vozes da orquestra - Intervenção da Orquestra da Escola

21h20 –A Voz das mãos - A Voz através das mãos, Dra. Maria Helena Alves

21h40 – Profissões com Voz, O Locutor, Fernando Correia

O Actor, Cláudia Faria

O Professor, Dra. Filomena Oliveira

22h00 – Nós e Voz, Prof. Doutor Mário Andrea

22h30 – A Voz da Poesia, José Fanha

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CONTAR A REPÚBLICA AOS MAIS PEQUENOS



É bem importante recuperar o prazer de contar as voltas e viravoltas da nossa História aos mais pequenos, para que a nossa identidade não se perca na areia do dia-a-dia.

Essa é uma arte delicada que necessita rigor, elegância, uma grande capacidade de escolher o fundamental de um determinado período histórico, um tom narrativo e uma voz que saiba fazer o diálogo com os mais pequenos.

Neste ano do Centenário vários autores publicam obras que se destinam aos mais pequenos e que visam contar-lhes de forma adequada e interessante o fundamental da implantação da República.

O José Jorge Letria terá sido, porventura, o primeiro. Neste livro, quase à maneira de um repórter (que o é, que o foi e dos bons), Letria conta-nos a História de uma das maiores senão a maior figura da revolução republicana: Machado Santos (e não Machado dos Santos).

O livro começa justamente com um menino que ao passar de carro pela Rotunda pergunta ao pai que conduz o que é um herói. O pai conta-lhe então a História do grande herói que foi Machado Santos, o homem que, cheio de teimosia e fervor patriótico, virou costas a indecisões, confusões e receios, e fez com que a Revolução se tornasse imparável.

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UM LIVRO ESPERA-TE





UM LIVRO ESPERA-TE. PROCURA-O


Era uma vez
um barquinho pequenino,
que não sabia,
não podia
navegar.
Passaram uma, duas, três,
quatro, cinco, seis semanas,
e aquele barquinho,
aquele barquinho
navegou.


Antes de se aprender a ler aprende-se a brincar. E a cantar. Eu e os meninos da minha terra entoávamos esta cantiga quando ainda não sabíamos ler.
Juntávamo-nos na rua, fazendo uma roda e, ao despique com as vozes dos grilos no Verão, cantávamos uma e outra vez a impotência do barquinho que não sabia navegar.
Às vezes construíamos barquinhos de papel, íamos pô-los nos charcos e os barquinhos desfaziam-se sem conseguirem alcançar nenhuma costa.
Eu também era um barco pequeno fundeado nas ruas do meu bairro. Passava as tardes numa açoteia vendo o sol esconder-se à hora do poente, e pressentia na lonjura – não sabia ainda se nos longes do espaço, se nos longes do coração – um mundo maravilhoso que se estendia para lá do que a minha vista alcançava.
Por detrás de umas caixas, num armário da minha casa, também havia um livro pequenino que não podia navegar porque ninguém o lia. Quantas vezes passei por ele, sem me dar conta da sua existência! O barco de papel, encalhado na lama; o livro solitário, oculto na estante, atrás das caixas de cartão.
Um dia, a minha mão, à procura de alguma coisa, tocou na lombada do livro. Se eu fosse livro, contaria a coisa assim: «Certo dia, a mão de um menino roçou na minha capa e eu senti que as minhas velas se desdobravam e eu começava a navegar».
Que surpresa quando, por fim, os meus olhos tiveram na frente aquele objecto! Era um pequeno livro de capa vermelha e marca-de-água dourada.
Abri-o expectante como quem encontra um cofre e ansioso por conhecer o seu conteúdo. E não era para menos. Mal comecei a ler, compreendi que a aventura estava servida: a valentia do protagonista, as personagens bondosas, as malvadas, as ilustrações com frases em pé-de-página que observava uma e outra vez, o perigo, as surpresas…, tudo isso me transportou a um mundo apaixonante e desconhecido.
Desse modo descobri que para lá da minha casa havia um rio, e que atrás do rio havia um mar e que no mar, à espera de partir, havia um barco. O primeiro em que embarquei chamava-se Hispaniola, mas teria sido igual se se chamasse Nautilus, Rocinante, a embarcação de Sindbad ou a jangada de Huckleberry. Todos eles, por mais tempo que passe, estarão sempre à espera de que os olhos de um menino desamarrem as suas velas e os façam zarpar.
É por isso que… não esperes mais, estende a tua mão, pega num livro, abre-o, lê: descobrirás, como na cantiga da minha infância, que não há barco, por pequeno que seja, que em pouco tempo não aprenda a navegar.


ELIACER CANSINO
Tradução: José António Gomes


Eliacer Cansino Macías (Sevilha, 1954) é professor de Filosofia numa escola de Sevilha, desde 1980, e autor de romances para jovens e adultos. Em 1997, recebeu o Prémio Lazarillo por O Mistério Velázquez, recriação da vida do anão Nicolasillo Pertusato e da sua relação com Velázquez. Em 1992, foi-lhe outorgado o Prémio Internacional Infanta Elena pelo livro Eu, Robinsón Sánchez, tendo naufragado, obra que foi também finalista do Prémio Nacional de Literatura Infantil, de Espanha. Em 2009, recebeu o Prémio Anaya de Literatura Infantil e Juvenil por Um Quarto em Babel. O lápis que encontrou o seu nome (2005). Tem muitos outros títulos editados.


A Mensagem do Dia Internacional do Livro Infantil é uma iniciativa do IBBY (International Board on Books for Young People), difundida em Portugal pela APPLIJ (Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil), Secção Portuguesa do IBBY.

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