LITERATURA E REPÚBLICA

Estudar História é, ou devia ser também, mergulhar nas histórias de que é feita a História.

A ficção que se constrói sobre temas históricos traz-nos o cheiro de uma época, os tiques, os maneirismos, o recorte das principais figuras, as suas ansiedades e desejos, os seus amores.

A ficção não substiui mas contribui e muito para dar carne à matéria abordada pelos tratados e pelos manuais.

Estamos em plenas comemorações do centenário da República. Tem sido dado à estampa um número significativo de romances cuja acção incide directamente sobre os anos anteriores e posteriores à implantação da República. Vale a pena visitá-los e fazer dessa visita uma forma menos pomposa mas mais apaixonante de comemorar o centenário do 5 de Outubro.



Filomena Marona Beja vive em Sintra e é uma excelente romancista, tendo recebido em 2007 o Grande Prémio de Romance da APE pelo romance "A cova do lagarto".

Em "As cidadãs", a autora traça um retrato intenso da vida das mulheres que, na volta do 5 de Outubro, pretenderam construir para si um lugar novo e activo numa sociedade em profunda transformação.

Adelaide Bernardo  – (23 de março de 2010 às 10:18)  

Ainda não tive oportunidade de ler esta obra da autora, mas li Betânia e apreciei bastante, quer a temática, quer a construção. As Cidadãs será, com certeza, uma leitura futura.

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